quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Presidenciais

Pois é. Seria possível imaginar este ou este tipo de posições há umas semanas atrás? Talvez não, mas a realidade é que as últimas sondagens poderão vir a beneficiar Fernando Nobre nas urnas. Embora acredite muito pouco na credibilidade desta e de outras sondagens que vão sendo publicadas, sempre posso sonhar um bocadinho.
Imaginemos, pois, que muitos Portugueses decidem que imolar-se ou rebelar-se nas ruas não é a melhor forma de demonstar a crescente antipatia pelos políticos instalados e decidem desenraizá-los de lá, pela força do voto.
Imaginemos, pois, que havia uma votação mais expressiva em Fernando Nobre (o que vai à frente do grupo dos outros candidatos) e que os políticos vitalícios percebiam que afinal tinham prazo de validade.
Imaginemos, pois, que éramos melhores do que os americanos (que reelegeram George W. Bush) e do que os italianos (os do inenarrável Berlusconi) e que conseguíamos votar de acordo com a nossa cabeça, ignorando máquinas partidárias e fanfarras. 
Imaginemos, pois, que Cavaco Silva não era eleito à primeira volta e que Manuel Alegre não era o segundo mais votado.
Imaginemos, pois, que conseguíamos ser diferentes.
Quem sabe? Talvez na 2ª-feira acordássemos com outra auto-estima.

2 comentários:

  1. Esperemos que as pessoas demonstram alguma maturidade política e deixam de votar nos mesmos que sempre os exploraram e enganaram (leia-se os políticos "profissionais") e tentem mudar este triste estado de coisas. Mas duvido muito de um povo que após tantos anos de ditadura salazarista apenas ganharam a liberdade numa radiosa manhã de Abril devido ao golpe de estado efectuado por um grupo restrito de pessoas (ás quais deverá sempre ser dada a devida vénia). Ou seja, a liberdade não foi conquistada pelo povo, foi-lhe oferecida. Nunca existiu uma “revolução de Abril”. E, hoje em dia, a maturidade política de ter pensamento próprio, em vez de ser arrastado na onda do teatro encenado pelas campanhas, ainda não foi atingida. Talvez um dia…
    Também vou votar Fernando Nobre mas tenho a convicção que o povo gosta muito da velha canção “quanto mais me bates tanto mais gosto de ti”. Sendo assim… vivam os partidos profissionais! Viva os ordenados milionários, enquanto existe um número cada vez maior de desempregados e de pessoas com fome nas ruas! Viva um pais em que as pessoas gostam de ser enganadas (e não só uma mais várias vezes)! Viva o país com um dos maiores índices de corrupção da Europa! Viva o futebol com as suas dívidas exorbitantes, pagas mais tarde ou mais cedo por todos nós, (pelo menos assim enquanto o povo vai á bola não pensa na vida miserável que tem)! Viva Cavaco Silva e Manuel Alegre e a memória curta dos políticos e memória ainda mais curta dos idiotas que não vêem a hipocrisia reinante!
    Viva Portugal!

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  2. Dizem que vai estar muito frio no Domingo. Logo, já está arranjada uma desculpa perfeitamente legítima para se justificar a abstenção.
    Não é por acaso que fado e sina são palavras muito nossas.
    Triste sina esta.

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