No século XIX, a Inglaterra promoveu uma profunda remodelação na legislação laboral, visando, entre outras coisas, acabar com o trabalho de crianças e mulheres nas minas. Na prática, esta legislação trouxe uma maior humanização da sociedade mas importa lembrar que a proibição desse trabalho feminino se deveu sobretudo ao facto de as mulheres estarem, frequentemente, semi-despidas devido ao calor que tinham de suportar. A decência acima de tudo!
"Whilst I was in the pit the Rev Mr Bruce, of Wadsley, and the Rev Mr Nelson (...) saw another girl of ten years of age, also dressed in boy's clothes, who was employed in hurrying, and these gentlemen saw her at work. (...) In two other pits in the Huddersfield Union I have seen the same sight. In one near New Mills, the chain, passing high up between the legs of two of these girls, had worn large holes in their trousers; and any sight more disgustingly indecent or revolting can scarcely be imagined than these girls at work-no brothel can beat it." Testemunho tirado daqui e imagem daqui.
O trabalho nas minas continua a ser um dos mais violentos e arriscados no mundo. Os acidentes deste ano na China ou no Chile, na Rússia ou nos Estados Unidos e, mais recentemente, na Nova Zelândia são uma evidência desse perigo, apesar das medidas de segurança aplicadas aqui e ali.
Já esta notícia e estas imagens sobre as mulheres que trabalham nas minas do Congo leva-nos directamente à época da Revolução Industrial. Pior ainda. Enquanto que os sacríficios dos homens, mulheres e crianças de então acabaram por levar ao conforto que hoje se vive no espaço europeu, o sacrifício das mulheres (e dos homens) nas minas do Congo não parece levar o país a lado algum.
Mas a indignação relativamente às condições de trabalho por esse mundo fora é diminuta. A razão é simples: a sensibilidade perante o que consideramos próximo e a insensibilidade perante o que consideramos diferente ou longínquo é algo que está produndamente enraizado na espécie que se diz humana.
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