Mais um preto e branco, a acompanhar o cinzento do dia.
A cena final de as Luzes da Cidade (1931) mostra o reencontro entre o vagabundo (Charlie Chaplin) e a jovem vendedora de flores, antes cega mas agora capaz de ver, depois de uma operação. Todavia, por olhar agora o mundo de forma diferente, a jovem não o reconhece.
A cena final de as Luzes da Cidade (1931) mostra o reencontro entre o vagabundo (Charlie Chaplin) e a jovem vendedora de flores, antes cega mas agora capaz de ver, depois de uma operação. Todavia, por olhar agora o mundo de forma diferente, a jovem não o reconhece.
É apenas quando as suas mãos repetem os processos de conhecimento que usava anteriormente que a jovem consegue "ver" o vagabundo e "olhá-lo" pela primeira vez. E num dos momentos mais ambíguos da história do cinema, o que o seu olhar transmite é indefinível: as lágrimas representam a alegria pelo reencontro ou a tristeza pelo seu benfeitor ser o pobre vagabundo e não o milionário que ela pensava? E se assim for, o poder "olhar" tirou-lhe a possibilidade de "ver" o homem, passando a "ver" apenas a superfície.
Um filme sobre a verdadeira importância das coisas.
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