sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cidades encantadas e cidades fantasmas

(Repondo posts "engolidos" pelo Blogger)
Cuenca não fica longe de Madrid. É aqui ao lado, portanto.
É uma zona lindíssima e, se bem me lembro, muito sossegada. Perto, está a nascente do rio Cuervo. Por ali passa o rio Júcar. É uma espécie de entre-rios em que se pode subir quase aos céus. No alto está um antigo convento e as ruínas de um castelo, daqueles que evocam canções de gesta ou mouras feiticeiras e enfeitiçadas.
Cuenca percebe de encantos. Lá no alto e muito perto está ainda a Cidade Encantada, de que me recordo coberta de neve.
 

Agora, Cuenca também tem uma Cidade Fantasma.

A primeira, com a beleza das suas construções rochosas, parece que irá continuar a atrair mais gente do que a segunda. Sobre esta deve ler-se o artigo de Irina Vinnitskaya: "Abandoned Homes Haunt Spain’s Banks". Retrata bem o dramático panorama imobiliário em Espanha e lança alertas para os riscos que podem passar por aqui. Empreendimentos às moscas. Casas inflaccionadas e reapossadas pelos bancos.

Como terão dito os iluminados que vieram fiscalizar as nossas contas, Portugal tem um excesso de construção nova e um défice de requalificação do património existente. Os anos dourados das ajudas europeias fizeram-nos repetir erros antigos. Cobrir o telhado de oiro e ter o celeiro vazio nunca foi boa política mas, se a 5 de Junho os Portugueses continuarem a ser governados por quem nos levou a este estado, podemos esperar por telhados de pechisbeque. Afinal, desde que brilhem e sejam dourados, sempre darão para enganar uns quantos papalvos...
(Para uma visita guiada virtual e histórica a Cuenca, o seu site oficial é francamente interessante. )

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