segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Notícias avulsas depois de tempos conturbados

Há palavras que existem porque precisamos delas e há outras que apenas vivem porque ficam bem na boca de quem as diz.
Equidade é uma delas. Existe porque é um conceito giro e tal mas, na prática, não a usamos porque nos tira pequenos privilégios. Veja-se as escolas e a organização lectiva deste ano ou os concursos para professores contratados. Desde professores que podem escolher o que querem dar mesmo que isso obrigue os "enteados" a ficar com mais horas do que antes era permitido até professores que sobem 200 lugares numa lista porque há critérios de selecção feitos à medida. Tudo é possível e nada é justo.
Orwell conhecia-nos muito bem e Animal Farm devia ser de leitura obrigatória. Mas quanto se reconheceriam nas ovelhas, nos porcos, nos cães, nas galinhas ou nos cavalos? 
 
Continuando:
 
Na Suíça, votou-se ontem o fim dos benefícios fiscais para os mais ricos. Parece que alguns estão preocupados com o fim de um paraíso para os ricos, enquanto outros aplaudem esta hipótese de justiça.
La commune, le canton de Berne et la Confédération se font voler. Ces forfaits sont devenus un commerce pour beaucoup de fiduciaires. A Gstaad, on trouve par exemple 13 familles grecques multimillionnaires qui s'acquittent d'impôts ridicules, c'est un scandale", s'est récemment insurgé dans la presse suisse la députée socialiste du canton, Margret Kiener Nellen. Fonte.
 

Mas se o voto dos Suíços fosse um rotundo sim, alguém acredita que estes "emigrantes" financeiros voltariam para as suas casas e pagariam impostos como os contribuintes "normais"? 
Mas... imagine-se que na constituição dos diferentes países apenas fosse cidadão quem paga impostos na sua terra...E que os "emigrantes" financeiros fossem vistos como traidores em tempos de crise...
 
Por cá, o recuo da TSU parece recolher consensos e aplausos. Mas o dinheiro que continua em falta terá de vir de algum lado e, segundo o Tribunal Constitucional, os Funcionários Públicos não podem ser os únicos visados. Mas, será que com algumas excepções (sei lá, não atingindo todos os funcionários públicos, por exemplo) seria possível tornar, mais uma vez, este grupo o maior contribuinte para o esforço de recuperação financeira? Imagine-se que não eram afectados aqueles grupos que, quando espirram, irritam os governos...
E imagine-se que os milhares de professores do Quadro com horário zero ou incompleto teriam cortes sérios nos seus vencimentos porque ... lá está ... não têm horário completo. Ou os milhares de enfermeiros a trabalharem mais horas e a menor custo porque não poderiam acumular com o privado...
Seriam medidas fáceis de "vender" ao grande público e aos fiscalizadores da Constituição? Se calhar, até eram.
E lá está. A equidade é uma palavra gira. Mas é só uma palavra.
 
 
Imagem encontrada aqui.

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